terça-feira, 27 de setembro de 2016

Preview - Yono and The Celestial Elephants


Os humanos são o povo mais ligado aos elefantes no mundo de Yono.


“Um jogo de Aventura a ser lançado por Niklas Hallin. Basicamente Zelda com um elefante.”
É o que diz no site do criador e é exatamente o que o indie game Yono and the Celestial Elephants parece ser. Soa um pouco maluco, mas se você gosta de games de aventura você nunca soube o quanto seria maravilhoso “elefantar” um Zelda. 

Difícil não se derreter por Yono e suas presas curtas de jovem.

O game coloca o jogador no controle de Yono, um jovem e entusiasmado elefante com o objetivo de trazer paz e harmonia para o mundo. Acontece que neste mundo os elefantes são seres especiais, protetores do mundo nascidos uma vez por milênio.

O herói, Yono, e sua face celestial.


A enorme responsabilidade que se coloca nas costas do fofíssimo herói é a de salvar um mundo que ele ainda mal conhece ao mesmo tempo que entende o equilíbrio complicado entre os povos. E vamos combinar, criar harmonia entre humanos, Robôs e Mortos-vivos promete um cenário bem absurdo e interessante.

Os Bonewight são mortos-vivos pacíficos e contemplativos que vivem em Sundergarden, um lindo cemitério florido.

O criador de Yono, o sueco Niklas Hallin, é artista freelance de games e trabalha em seus próprios projetos em seu tempo vago, tendo lançado games para Android e PC (seu primeiro game, Belladonna, está disponível no Steam). Hallin lançou todos seus projetos próprios sob o selo Neckbolt Games.

Em seu blog de desenvolvimento o criador descreve a estrutura básica do game como a de vários games da série Zelda. Há um mundo a ser explorado, com pessoas e histórias possíveis de se descobrir, e “dungeons” (calabouços) em que quebra-cabeças e inimigos se escondem. Empurrar blocos, puxar alavancas, acender tochas, tudo nos remete a terreno conhecido da série Zelda (quer saber mais sobre o mais novo Zelda? Clique aqui). Já podemos até ver pelos vídeos alguns poderes que Yono vai conseguir, como lançar água, fogo ou amendoins de sua tromba e atacar com cabeçadas.



Claro que o maior destaque é para os gráficos estilizados e super-fofuchos (gosta de fofuchice? Confira meu preview de World of Final Fantasy). Os ambientes são vivos e coloridos, os personagens são adoráveis e o protagonista é uma obra-prima de graciosidade. O game consegue em poucos minutos de vídeo mostrar uma identidade visual bem característica e é difícil não ficar curioso para ver todos os ambientes e idéias que estarão na versão final. Beleza à parte, Niklas Hallin afirma em um de seus vídeos que o game possui complexidade escondida por baixo da primeira impressão fofinha.

Yono distribuindo cabeçadas de justiça.


Yono and the Celestial Elephants está sendo desenvolvido para PC e ainda não tem previsão de lançamento. Quem quiser pode acompanhar o desenvolvimento pelo blog do criador.

domingo, 25 de setembro de 2016

Preview - The Legend of Zelda: Breath of The Wild



Prepare-se para se perder na Hyrule mais ampla e imersiva que a Nintendo já criou.



















"Abra seus olhos, Link."

Um dos claros destaques da E3 deste ano (vencedor de três prêmios, inclusive de “Game of the show”) e maior promessa da Nintendo para o começo de 2017, The Legend of Zelda: Breath of The Wild é ao mesmo tempo um retorno e um novo começo para a série. O mundo aberto e a exploração são claramente inspirados pelo primeiro Zelda do Nintendo 8 bits, mas ao mesmo tempo o game traz diversas novas mecânicas e abordagens que prometem renovar a relação dos fãs com a terra de Hyrule.

Link desperta na Câmara de Ressurreição.



















A aventura começa com Link sendo despertado de uma espécie de hibernação de 100 anos. Uma voz feminina o acorda e afirma que ele é a luz que precisa voltar a brilhar sobre o mundo. Logo de início Link encontra um velhinho — em clara referência ao primeiro The Legend of Zelda para NES — que conta que aquela terra foi arrasada por um mal chamado de “Calamidade Ganon” mil anos atrás. Essa entidade foi lacrada no castelo de Hyrule, o maior símbolo de pureza daquela terra, mas seu poder vem se acumulando com o tempo. Agora chega a hora de destruí-la antes que seu poder se complete.
Ainda há muita coisa a descobrir — seria Zelda a voz que acorda Link? Onde ela se encaixa na História? Quem é o velhinho misterioso? Onde o game se encaixa na esdrúxula linha do tempo da série? Só jogando para saber.

Link tem um histórico com velhinhos estranhos...

















Guarda Roupa e acessórios

Link desta vez não apareceu (pelo menos ainda não) com sua tradicional túnica verde e gorro. Na apresentação da E3 foi demonstrado que o game possui pela primeira vez um sistema de loot (algo como saque, espólio), em que coletamos armas e armaduras que variam em índices de defesa e ataque. Nos outros games da série os equipamentos são para sempre e únicos, desta vez a escolha se aproxima mais do mundo dos RPGs. No entanto, não parece nem um pouco que o game vá rumar para o lado de um Diablo, ou Path of Exyle – games cuja progressão é baseada em loots cada vez mais poderosas.

Link em uma das armaduras possíveis de se encontrar na demo. Aparentemente ele vai precisar.

















A série Zelda apresenta certas escolhas de design bem conhecidas e uma delas é a progressão do repertório de ações de Link. Começamos os games da série com apenas a espada e avançamos conseguindo novos itens que nos dão novos modos de lidar com o mundo. As bombas permitem abrir passagens secretas e destruir partes do cenário; o gancho permite alcançar novos lugares e puxar certos itens etc. Em Breath of The Wild, Link recebe logo de início o Sheikah Slate (algo como “tábua”, ou “tablete” Sheikah).

O Sheikah Slate é um item central para a nova aventura de Link















O Sheikah Slate se assemelha a um tablet e logo vemos que ele mostra seu objetivo e mapa. Além disso, em certas dungeons espalhadas pela demo era possível ganhar poderes de manipulação do mundo na forma de “runas” que se “instalam” no Slate – basta escolher em um menu qual poder deve ser usado. Foram demonstradas algumas:

Magnesis: Um poder de manipulação magnética que permite erguer e mover metal.

Stasis: Permite parar um objeto no tempo. Energia cinética acumulada se libera de uma vez quando o efeito passa. Em um puzzle era necessário paralisar uma rocha e atacá-la várias vezes. Quando o efeito do poder passava a pedra saía voando com a energia acumulada dos golpes

Bomba : Igual às bombas de outros games da série, porém aqui são duas runas diferentes. Uma é uma bomba cúbica que pode ser colocada em um lugar e detonada, a outra uma bomba esférica que pode ser jogada ou rolada.

Cryonis: Permite a criação de pilares de gelo sobre a superfície da água. Os pilares servem de plataforma para que Link alcance lugares novos.


O produtor, Eiji Aonuma, já havia mencionado que ao invés de magia (ou talvez "além" de magia, não sabemos ainda) o game apresentaria elementos tecnológicos. O Sheikah Slate é uma mostra desse Link “modernoso” que, ao invés de ter vários gadgets, junta tudo em um prático dispositivo. Super chique! Brincadeiras à parte, a abordagem é muito interessante e os novos poderes parecem divertidíssimos e muito bem pensados para o design aberto do game.

Ainda mais interações com o mundo apareceram na demo, como uma asa-delta e a possibilidade de usar seu escudo como uma prancha para deslizar por neve e colinas.

















Some a isso que, pela primeira vez, Link pode pular — um botão de pulo, não pulos contextuais — e escalar praticamente qualquer superfície, e vemos que o game certamente encoraja a experimentação e exploração de maneiras muito variadas.


Escala grandiosa

A Nintendo ainda esconde muita informação sobre Breath of the Wild e deu pouquíssima ênfase a personagens ou história em suas apresentações. O grande astro da demo, ao lado de Link, foi o mundo do game. Muito mais aberto que o dos outros games da série, o design do mundo foi muito inspirado pelo primeiro Zelda, do NES. A aventura original, aliás, é a de exploração mais aberta, de todos da série, até esta nova entrada.

E é um mundo lindo. Os gráficos do Wii U em 720p conseguem talvez realizar o que o Wii não conseguiu perfeitamente com The Legendo f Zelda: Skyward Sword. O estilo em cell shading e a predominância de tons pastéis trazem uma forte impressão de natureza intocada e de paz. A raridade de música e de personagens no decorrer da exploração nos remete à reflexividade de Shadow of The Colossus, e em diversos vídeos vemos pessoas escalando até o ponto mais alto possível apenas para poder ver o máximo das regiões ao longe. É possível enxergar montanhas enormes - talvez uma delas seja o Mount Doom dos outros games da série? – e até uma ilha flutuante, nos deixando intrigados e sonhando com as possibilidades.
















Além de belo, o mundo de Breath of The Wild é, sem dúvida, ambicioso. A área explorada no demo da E3 é enorme e já inclui diversos tipos de ambiente como montanhas geladas, campinas verdejantes e penhascos escaláveis. Segundo comentários dos streams da Nintendo, essa área seria apenas cerca de 2% da área total do jogo. A Nintendo afirma que Breath of the Wild tem 12 vezes o tamanho de The Legendo of Zelda: Twilight Princess, para Game Cube e Wii. Qualquer fã da série tem noção de que isso é enorme. Cálculos realizados sobre o mapa estimam que o tamanho total do game se traduziria em cerca de 360 km², sendo que um game como Skyrim possui cerca de 37 km² e GTA V, cerca de 81km².


Sobrevivência

Num vídeo recente vemos Link cozinhando algumas possíveis receitas do game. Além de recuperar vida perdida, as receitas do jogo podem dar status diferentes ao personagem. O primeiro prato mostrado no vídeo deixa Link com corações extras temporariamente, o que permitiria combater inimigos mais difíceis. Outro prato – feito com pimentas – dá corações e resistência ao frio. No entanto, nem tudo é Masterchef na vida de Link. A última combinação mostrada dá errado e vira uma gororoba que entristece visivelmente o pobre herói.
















Além de colher frutas e legumes, Link também poderá caçar animais dos cenários para usar os ingredientes recolhidos deles. É possível vê-lo se esgueirando para abater javalis e pássaros com seu arco em várias demonstrações.


Mundo Aberto

Eiji Aonuma afirmou em entrevista que, dependendo de como se organizarem e priorizarem, jogadores poderão não viver a história toda de Breath of the Wild. Isso mostra o quão livre a experiência de jogo pretende ser. Ele ainda disse claramente que nada impediria um jogador de começar o game e ir direto para o objetivo final, embora ele considere isso uma estratégia ruim ou de um jogador particularmente habilidoso.

Um artigo da revista PC Gamer comparou Breath of The Wild a “simulações imersivas como o Deus Ex original e Stalker” devido a seu “design sistemático e exploração aberta”. Para o autor, o game seria o primeiro mundo aberto moderno da Nintendo e seu game mais ambicioso desde que a empresa definiu o que seriam os games 3D com Super Mario 64.

Bater de frente com o Guardian, se esgueirar ou ir explorar outro lugar? A escolha é toda sua!
















De fato o design aberto é a característica mais marcante mostrada até agora. Objetos obedecem a uma engine de física e podem ser manipulados de diversas maneiras. Há ciclo de dia e noite e variações climáticas que afetam o gameplay (Link deve se proteger do frio por exemplo). É possível agora se esgueirar sem ser notado pelos inimigos, adicionando mais uma abordagem a situações de perigo.  Cada pessoa relata experiências diferentes com o demo e você pode encontrar jornalistas dizendo que nem encostaram na história durante seu teste, passando o tempo todo brincando com a física e experimentando ações novas.

Aonuma parece ter observado e aprendido com elementos de games de mundo aberto ocidentais e os combinado para uma grande renovação na franquia Zelda. Isso que explica as comparações com Skyrim que muitos gamers fizeram ao ver e testar o game.


A longa espera

Link: "Eu me arrependo desta decisão imediatamente"

















O problema agora é esperar até 2017.
Anunciado para Wii U e como game de lançamento do próximo console da Nintendo, codinome NX, Breath of the Wild é praticamente obrigatório para os fãs da empresa. Depois de ver tudo o que pude sobre o game confesso que ele também serviu como um ótimo marketing para o novo console — que ainda nem foi revelado e já começou a virar meu sonho de consumo. Com o tradicional nível de polimento dos games próprios da Nintendo é difícil imaginar que tudo de bom que já foi revelado possa ser estragado até o lançamento. É mais fácil ponderarmos se esse vai ou não ser — como parece — o maior e melhor game da série.